terça-feira, 25 de março de 2008

O renascimento do anti-intelectualismo - II

Amanda Gefter, a editora de opinião da New Scientist que referi a propósito do prémio Templeton 2008, assistiu igualmente a uma sessão de Expelled. A sua apreciação do filme é breve (tão breve quanto o «sumo» do filme, aparentemente pouco mais de um longo reductio ad Hitlerum). Mais interessante e longa é a sua apreciação do que se passou durante a parte de perguntas&respostas em que um dos espectadores que se atreveu a fazer perguntas incómodas ia sendo expulso da sala.

No artigo em que retomei o tema anti-intelectualismo, transcrevi uma sinopse do último livro de Susan Jacoby, que aponta o que acontece quando este se traduz na arena política. De facto, é quase impossível dissociar o anti-intelectualismo da sua consequência política, o populismo. É fácil reconhecer o populismo no discurso político pela substituição de ideologias, significados, razões e outras coisas racionais a que o Iluminismo nos habituou por apelos aos sentimentos e emoções - algo mais «democrático» e, simultaneamente, mais difícil de questionar.

Normalmente não refiro a Wikipedia mas em relação ao tema em apreço tem uma descrição de que gosto pela sua simplicidade e completude: «O anti-intelectualismo descreve um sentimento de hostilidade ou desconfiança em relação a intelectuais ou aos seus objectos de investigação. Os anti-intelectuais apresentam-se como os paladinos das pessoas comuns e do igualitarismo contra o elitismo, especialmente o elitismo académico. Estes críticos argumentam que as pessoas com maior grau de instrução constituem um grupo social isolado que tende a dominar o discurso político e o ensino superior (a academia)».

O anti-intelectualismo não é um fenómeno novo, na realidade aparece periodicamente em todas as sociedades, normalmente associado a períodos conturbados na história, como ilustrado pela foto à esquerda, tirada em Berlim num dos períodos mais negros da história da Humanidade. Há mais exemplos que permitem constatar que os pontos altos do anti-intelectualismo correspondem normalmente a regimes totalitários ou pelo menos autoritários.

Por exemplo, na China, os intelectuais foram activamente perseguidos durante a Revolução Cultural. As universidades permaneceram fechadas por praticamente dez anos. Também o Khmer Rouge de Pol Pot considerava os intelectuais o expoente do mal e devotou-se à tarefa de assassinar todos os intelectuais cambojanos. De igual forma, a União Soviética promoveu a classe trabalhadora em relação aos inúteis intelectuais e, especialmente sob Estaline, devotou-se a perseguir e a enviar para Gulags sortidos todos os intelectuais que lucubravam sobre temas capitalistas, decadentes, burgueses ou mesmo fascistas como a genética, anátema na URSS até 1964.

Nos Estados Unidos, a história do anti-intelectualismo está bem documentada pelo historiador Richard Hofstadter no seu livro de 1963 Anti-Intellectualism in American Life. Hofstadter, perturbado pelo desprezo por intelectuais da era McCarthy, investigou as raízes históricas de uma onda que varria na altura (como agora) o país da costa leste à costa oeste. Hofstadter descobriu que «o nosso anti-intelectualismo é, de facto, anterior à nossa identidade nacional», citando, entre outros, o puritano John Cotton. Este escreveu em 1642, «The more learned and witty you bee, the more fit to act for Satan will you bee» (Quanto mais instruído e inteligente fores mais apto a agir por Satanás serás).

Hofstadter cita ainda Baynard R. Hall, que indiciou em 1843 o que Jacoby afirma em 2008 em relação aos políticos: «Nós sempre preferimos um homem mau (politicamente) e ignorante a um talentoso e por isso as tentativas de atacar o carácter moral de um candidato inteligente; infelizmente esperteza e maldade estão acopladas aos olhos do povo assim como incompetência e bondade».

No entanto, de acordo com o historiador Lawrence W. Levine, o analfabeto Jim Bridger, um dos mais famosos batedores do Velho Oeste, recitava longas passagens de Shakespeare, que decorara contratando alguém para lhe ler as obras. Alexis de Tocqueville depois de uma viagem pela América no início da década de 1830 disse mesmo: «Não há praticamente nenhuma cabana de pioneiros que não contenha alguns volumes de Shakespeare».

Isto é, tal como na URSS comunista parece que os americanos sempre prezaram os «intelectuais de pé descalço», isto é, gente do povo sem educação formal, mas apresentavam uma hostilidade não disfarçada em relação às suas elites intelectuais.

No seu livro, Hofstadter descreve os três pilares do anti-intelectualismo: a religião, empresas muito dirigidas a aspectos práticos e um estilo político que hoje designamos por populismo. Explica ainda como a II Guerra Mundial e a guerra fria que se seguiu mudou o estilo de vida americano, nomeadamente deu origem a um reconhecimento dos «crânios» nacionais. Mas esse reconhecimento e admiração de intelectuais restringia-se (e restringe-se) àqueles que se mantêm no «seu lugar», isto é, que se devotam nos seus laboratórios a melhorar a vida do cidadão comum com avanços na medicina, na informática e tecnologia, etc. e não «interferem» activamente na vida pública.

Isto é, se olharmos para a História, constatamos que a nossa cultura ocidental apoia investigação sistemática e disciplinada melhor que qualquer outra na história, mas mesmo assim há uma enorme hostilidade em relação aos intelectuais que a ela se dedicam por parte de pessoas que sentem que os seus valores e/ou crenças são ameaçados, consideram-na um desperdício de tempo e dinheiro que poderiam ser melhor utilizados para outros objectivos ou simplesmente se ressentem do estatuto dos intelectuais.

Um exemplo recente deste anti-intelectualismo no discurso político, neste caso de John McCain, o candidato republicano à presidência norte-americana, é analisado por Sean Carrol do departamento de Física do Caltech. No Cosmic Variance, Carrol explica como se enquadra em termos de anti-intelectualismo quer os arroubos populistas de indignação de McCain contra o desperdício de dinheiros públicos em ciência quer o eco que o criacionismo encontra em muitos norte-americanos.

De facto, numa altura em que o custo da guerra no Iraque, que McCain considera necessitar mais empenho (isto é, mais dinheiro), ultrapassa os 500 mil milhões de dólares, é completamente rídiculo vir falar no «desperdício» de 3 milhões dos dólares, gastos por «perdulários» cientistas do U.S. Geological Survey que tentam evitar a extinção do urso grizzly. A não ser, claro, que os entendidos de marketing da sua campanha tenham decidido que esse é um ponto que lhe angariará uns votos não despiciendos Novembro próximo.

John McCain apela ao anti-intelectualismo do cidadão comum não só no referido discurso como num anúncio muito difundido- pela passagem do qual nas televisões norte-americanas a campanha de McCain pagou provavelmente uma quantia comparável ao que o trabalho tão ofensivo custou.

O anti-intelectualismo, uma forma de demissão da cidadania, é ainda indissociável da nuvem poluente de irracionalidade que tem sido alvo de inúmeros posts no De Rerum Natura. Para que as velas de Sagan possam surtir efeito, é necessário olhar para as marés da História e perceber em que assenta o anti-intelectualismo da era moderna.

Os pilares do anti-intelectualismo identificados há mais de 30 anos por Hofstadter permanecem hoje em dia, mas acresce nos últimos tempos um privilegiar de actividades intelectuais normalmente orientadas para resultados práticos e imediatos - no caso da ciência, a «ciência dirigida a necessidades específicas» de que falava Lederberg. Outra contribuição importante foi abordada no post «Evolução e pós-modernismo», e tem a ver com a acção perniciosa de grupos de pressão pós-modernos que Diane Ravitch tão bem descreveu no livro «The Language Police».

Há uns meses, o filósofo Eduardo Subirats dizia a um jornalista do Estado de São Paulo:

«O que distingue intelectualmente uma elite não é o poder político ou institucional da classe que seja. O poder institucional define a burocracia, o intelectual orgânico ou a estrela literária.

O que distingue uma elite intelectual em um sentido estrito não é o poder político, mas a capacidade de desenvolver uma crítica, de criar uma forma de ver, de pensar e de ser, reside na força reformadora e transformadora das linguagens e a consciência de uma sociedade.

Nesse sentido, hoje vivemos em uma era anti-elitista, um anti-elitismo que se crê democrático, mas na realidade recolhe o pior da herança anti-intelectual dos velhos fascismos. Vivemos em uma era na qual o papel educador e orientador dessas elites intelectuais tem sido tomado e monopolizado pelo burocrata acadêmico, pela estrela da mídia, pelo agente editorial, pelo administrador político.»

Acho que não conseguiria resumir melhor o tema!

44 comentários:

Anónimo disse...

Parafraseando a Rita, este post merece 50 estrelas! Espantoso! Soberbo!

Unknown disse...

Acho que já são duas vezes que concordo totalmente com o António Parente :)

Um post simplesmente fabuloso, mesmo De Rerum Natura! Já não sei se é este se é o "Educação e cidadania" o meu favorito de todos :)

Anónimo disse...

Mais um projecto da NASA cancelado a meio. Este é incompreensivel. O Spirit está lá a funcionar perfeitamete... mas custa 4 milhões e isso é que não pode ser!

Anónimo disse...

Excelente post!

Será de espantar que o regime mais autoritário que Portugal conheceu desde o 25 de Abril, que até onde as pessoas têm piercings e tatuagens quer controlar, seja também aquele que se tem devotado a perseguir e denegrir os professores?

Bruce Lóse disse...

Ao ler a primeira parte estava capaz de jurar que o texto corria nas veias de Maria Filomena Mónica, por quem já várias vezes asseverei admiração. O problema é a encenação de autodefesa

«O anti-intelectualismo, uma forma de demissão da cidadania, é ainda indissociável da nuvem poluente de irracionalidade que tem sido alvo de inúmeros posts no De Rerum Natura.»

que carece de motivos em concreto e de argumentos em concreto, assim é um raspanete abstracto para adultos e incorre no anti-intelectualismo mais do que o próprio Zé Povinho. Parece até que a página da História onde, mais ou menos burocratas ou catedráticos, ficaremos para sempre verdugos de uma gestão planetária acéfala, regista hoje dois grandes processos de anti-intelectualismo: um nas eleições dos EUA e outro, não menos nefasto, no De Rerum Natura...

Infelizmente não lhe posso dar mais do que duas estrelas, Pal.

Anónimo disse...

Lamento a perseguição de que têm sido alvo alguns artigos do blog na pontuação com estrelas - o que reflecte a vingança apaixonada de leitores que se sentem ameaçados nas suas crenças.

Acreditando que os autores saberão o que fazer a este descalabro, aproveito para reiterar o meu apreço pelo vosso trabalho - nomeadamente, sobre a clareza do texto e a riqueza do conteúdo da informação veiculada neste post.

MJE

Anónimo disse...

De uma forma geral este post aborda uma questão pertinente. O vídeo colocado de ínicio é que é realmente patético, para não dizer mais. Uma das táticas do Sr. Dawkins, usada vulgarmente também aqui no Renum Natura, é o de catalogar todos os que não concordam com as suas posições de Criacionistas! Têm sempre a esperança que de tantas vezes repetirem o mesmo o designação acabe por colar (nem que tenha de ser à força do preconceito).

Não conseguem perceber que o mundo não se resume apenas a Criacionistas de um lado e Radicais Darwinistas do outro!

Vejam-se os comentários sobre este episódio do documentário EXPELLED num Post anterior da Palmira intitulado "o Regresso de Adão II".

Também é interessante verificar toda a celeuma levantada por PZ Myers por não lhe ter sido permitido assistir a uma mostra de um pedaço do documentário final, quando ele próprio regozija e aplaude sempre que um dos seus colegas são excluidos dos seus trabalhos por falarem em Design Inteligente (que alguém neste blog vai apressadamente querer colar o rótulo de "IDiotice" ou "Criacionismo"). É o mesmo tipo de atitude que leva, por exemplo, um distinto académico e intelectual como o Professor Peter Atkins a discordar peremtóriamente de um colega seu (Rupert Sheldrake) sem sequer ter tomado conhecimento dos dados de experiências efectuadas. Ou seja, apenas por simples preconceito e dogmatismo.

Para quem tiver interesse em perceber porque é realmente patética esta performance do Sr. Dawkins, vejam este caso: http://www.skepticalinvestigations.org/New/Examskeptics/Dawkins.html

É por isto e por muito mais que convém ser prudente e não "galardoar" automáticamente artigos com 5 (ou 50) estrelas, só porque aparentam um certo ar de intelectualidade.

Unknown disse...

Caro anónimo:

Qualquer pessoa com o seu juizinho perfeito reagiria como Peter Atkins às patetadas do Sheldrake que se afirma capaz de fazer consultas "telepáticas" por telefone e por email :)))

Aqui vai parte da entrevista:

The discussion started with the interviewer asking Rupert to describe his work on telephone telepathy, and on his similar test with emails.

Atkins: Well, you can’t rely on any of these experiments. And by the way I’m a chemist not a biologist. But there is no serious work done in this field. The samples that people use are very tiny, the effects are statistically insignificant, the controls are not done in a scientific way. On the whole there’s just no point in doing it. There are no serious reasons for believing there should be an effect of telepathy anyway. There is no mechanism within modern science to account for it. There’s nothing that drives people to believe in it except sentiment, emotion, and things like that.

Unknown disse...

Depois, a IDiotia não é ciência: não tem um único modelo, uma única teoria, limita-se a ulular que o mundo é muito difícil de perceber e isso é prova de que existe Deus, de que os cientistas devem deixar de tentar perceber o mundo.

Ah! Há um modelo Idiota. A Palmira já falou nele. é o modelo dos anjos e demónios :)))

Anónimo disse...

Caros anónimos

Eu classifiquei o artigo da Prof. Palmira com 50 estrelas tal como já tenho classificado outros com uma estrela. Este texto está muito bem escrito independentemente do seu conteúdo. Não vi o vídeo nem vou vê-lo. Não concordo com algumas coisas que estão escritas mas o tema não justifica que contrarie a Professora e decidi acentuar o brilho da escrita.

Em termos de posições filosóficas e religiosas eu e a Prof. Palmira não temos nada em comum ou se o temos ainda não o descobrimos, mas isso não me impede de lhe reconhecer a qualidade da escrita e a capacidade de sintetizar informação.

Anónimo disse...

Muito bem Rita "ROBIN" (não o dos bosques, mas o comparça do Batman. Ops! Tenho de ter cuidado, pois Batman=asas=modelo dos anjos e demónios=Criacionista! Está tudo dito, não?!!!).

Escolheu muito bem a passagem do texto. Só faltaram estas:

"Interviewer: Let’s put that to Rupert. Rupert Sheldrake, he says you’re just playing with statistics. He doesn’t believe a word of it. What do you say to him?
Rupert: Well I’d like to ask him if he’s actually read the evidence? May I ask you Professor Atkins if you’ve actually studied any of this evidence or any other evidence?
Atkins: No, but I would be very suspicious of it.
Rupert: Of course, being suspicious of it in advance of seeing it is normally called prejudice.

(...)

Rupert: How do you know? You don’t know a thing about it, you haven’t looked at the evidence. I think you’re talking from a point of view of prejudice, dogma and frankly lack of information. I would never presume to comment on your experiments in chemistry without reading them.
Atkins: But I’ve read your experiments in the past on other off the wall ideas that you’ve had.
Rupert: Have you? Well we can discuss any of those you’d like to.
Atkins: But none of them proved to be valid."


Depois lá vem a Rita "Robin", com o seu juízo mais-que-perfeito deixar a sua iluminada opinião sobre Sheldrake, que por acaso tem as suas investigações sobre telepatia sustentadas por FACTOS e DADOS, e "ancorada" na sua Teoria dos Campos Mórficos (a tal que foi considerada como candidata à fogueira por um editor da prestigiada revista NATURE). Onde é que eu já ouvi este discurso inquisitorial???

Mas abalar o status quo dos pseudo-guardiões da Ciência faz com que aconteçam episódios caricátos como aquele em que:

alguém dizendo que, por exemplo, alguns dos pressupostos avançados pela física quântica poderiam abrir a possibilidade para investigar racionalmente fenómenos como a telepatia, recebeu como resposta de um outro alguém (desses, com o juízo muito perfeito, mas com a cabeça cheia de preconceito) que quem fosse que tivesse dito isso é porque não percebia nada de física quântica (como suponho alguns bloggers do Renum Natura saiam rapidamente a apoiar). É pena! Acontece que esse primeiro alguém era apenas um galardoado com o Nobel da Física, e... espante-se... em Física Quântica!

Quanto ao modelo dos anjos e demónios é tão patético (vê Rita ROBIN, até que estamos de acordo em alguma coisa) como os "processos espontâneos" que a Palmira tanto fala e no seu ultra-cientistismo-materialista-ingénuo.


Sei que muitos dos leitores do Renum Natura fazem aquilo que, supostamente, tanto se propagandeia por aqui, isto é, INVESTIGAM, LÊEM, ANALISAM OUTRAS PERSPECTIVAS, TENTAM MANTER-SE LONGE DO PRECONCEITO E DO DOGMA! Existe incontáveis páginas na web e umas boas dezenas de livros que podem esclarecer qualquer um das limitações de muitos pressupostos darwinistas. Afinal é apenas isso que se pretende, Rita "Robin". Verificar as limitações, observar novas evidências, dados e factos e aperfeiçoar (ou mudar, se necessário) os modelos e as concepções teóricas. NADA MAIS SIMPLES! Não há aqui nenhum mostro criacionista escondido ou haverá (nunca se sabe, quando o caso já é patológico...)?

Isso é a melhor forma de lutar contra o renascimento do anti-intelectualismo e contra a proliferação do dogma, do fundamentalismo e do preconceito no seio da comunidade científica. Não queremos que lhe aconteça o mesmo que aconteceu ao Cristianismo, pois não?


António, aprecio a sua sinceridade e concordo perfeitamente consigo.


JD

Unknown disse...

Caro anónimo:

Se acha que telapatia via net ou telefone é ciência não admira que considere que a IDiotia também é ciência.

Parafraseando já não me lembro quem, devemos manter a cabeça aberta a novas ideias mas não tão aberta que nos caiam os miolos :)


Já agora, é Rerum Natura, não Renum Natura.

Sobre o Expelled que o anónimo tanto gosta, mais uma análise de outro espectador.

E o site do National Center for Science Education's official response to the Ben Stein movie Expelled

Marta Bellini disse...

Texto muito lúcido.
Aqui no Brasil, a escola tem abrigado esse anti-intelectualismo.

Abraços
Marta Bellini

Anónimo disse...

Keep Going ROBIN!


JD

perspectiva disse...

A Palmira Silva acusa de anti-intelectuais aqueles que, neste blogue, têm discordado (sempre apresentando argumentos) com a ideologia naturalista, materialista, acidentalista e evolucionista que este blogue epicurista erroneamente tenta confundir com ciência.

Para a Palmira, o mundo é desconcertantemente simples: quem concorda com ela é intelectual.

Quem não concorda com ela é anti-intelectual. Que conveniente!

Essa ideologia naturalista, ao negar a racionalidade do Criador, da Criação e dos seres humanos é que é verdadeiramente anti-intelectual.

Ela conduz, em última análise, ao irracionalismo, como bem perceberam as epistemologias pós-modernas.

Estas mais não fazem do que levar o naturalismo evolucionista às suas ultimas consequências epistemológicas.

Na verdade, se tudo é o resultado de um acidente cósmico (incluindo os nossos pensamentos), qual é então o fundamento da Razão, do intelecto, do intelectualismo e da nossa expectativa de inteligibilidade do Cosmos?

É irónico que aqueles que defendem o design inteligente da natureza (design esse necessariamente apoiado num Super-Intelecto) sejam apelidados de anti-intelectuais!

Ao mesmo tempo, aqueles que, como a Palmira Silva, (ainda que sem qualquer sucesso) têm pretendido defender a natureza acidental e irracional de todas as coisas querem-se fazer passar por defensores do pensamento racional e do intelectualismo!!

A existência de investigação sistemática, organizada primeiramente no Ocidente (judaico-cristão!) não demonstra a verdade da ideologia naturalista.

Ela demonstra apenas que a ciência moderna tem uma base judaico-cristã e que não se faz ciência e tecnologia sem informação e design inteligente.

Tudo está inteiramente de acordo com uma visão inteligente e criacionista da natureza.

A crença num Deus auto-revelado como LOGOS, ou VERBO, é o fundamento mais sólido para a Razão e o conhecimento que se pode encontrar.

Os criacionistas, ao apregoarem que tudo começou com o supremo LOGOS são os verdadeiros defensores da RAZÃO e do intelecto.

O naturalismo refuta-se a ele mesmo, na medida em que, ao sustentar a inexistência de um fundamento racional para o Universo, a Vida e o Homem acaba por não conseguir afirmar a sua própria racionalidade.

Anónimo disse...

Perspectiva,

não estará a dar um salto grande demais?

Não me diga que é daqueles que acredita convictamente que a Terra foi criada à 6000 anos?


JD

Anónimo disse...

JD,

ainda não conhece o perspectiva?

Sim, ele é mesmo desses :)

O que já não tem tanta piada é este senhor (jonatas machado)ser professor numa universidade portuguesa.. (faculdade de direito da universidade de coimbra)

tirando essa vergonha nacional, até dá para dar umas boas risadas com um defensor com "argumentos" da anti-ciencia e do criacionismo biblico.

MC

Anónimo disse...

Sobre os intelectuais, pelo menos os de esquerda: talvez que o papel de propagandistas sem escrúpulos que desempenharam com o comunismo soviético tenha contribuído para o mau nome. O Sartre, por exemplo, que dizia que havia liberdade na Rússia. É uma bocado falta de honestidade a mais não é? E isso prejudica não é?

paulu disse...

Como Sagan, como Dawkins, é importante que os cientistas não se fiquem pelo laboratório, e insistam em escrever contra o obscurantismo - ou anti-intelectualismo, como o prefere designar.

É importante. Os cientistas dispõem das ferramentas intelectuais para o fazer bem – excepto, por vezes, algum jeito para escrever, mas que a si não falta; outrossim, uma visão científica é indispensável às principais tomadas de decisão política que hoje se colocam; por mais que não queiram, e se «ofendam» com os gastos, os políticos não podem voltar as costa à ciência, estando condicionados a ouvir os cientistas ainda que se esforcem para que a coisa entre por um ouvido e saia pelo outro; e, sobretudo, as pessoas todas, de um modo geral, têm em elevada conta a ciência – mesmo o dito anti-intelectual, numa hora de verdade, se tiver o filho doente, por exemplo, leva-o primeiro ao médico, e não ao padre, nem à santinha da moda.

Assim, com o mesmo (muito) gosto com que tenho lido os seus artigos de divulgação científica, li este outro, de outro propósito. Ou talvez ainda com mais gosto. Pelo que me permita que a felicite.

perspectiva disse...

Estimado JD


Muitas pessoas acreditam que a Terra tem 4,5 biliões de anos.

Algumas afirmam isso com tanta convicção que quase ficamos convencidos de que assistiram ao seu surgimento há 4,5 biliões de anos atrás.

No entanto, muito poucas sabem como é que se chegou a uma tal data.

Do mesmo modo, elas desconhecem as pressuposições e os modelos que têm que ser aceites previamente a essa determinação

Em primeiro lugar, deve notar-se que ninguém, a não ser Deus, estava lá a ver quando é que a Terra foi criada.

Pelo que só Deus, que a criou, pode datar a Terra de forma fidedigna. E o próprio Deus deu-nos uma data aproximada na sua revelação.

Nós só podemos medir coisas como quantidades de isótopos ou analisar rochas e tentar extrapolar a partir de premissas uniformitaristas, supondo que os processos se mantiveram constantes ao longo de biliões de anos (algo que ninguém pode provar).

A verdade é que os métodos de datação continuam a desmentir com intensidade crescente essa extrema antiguidade da Terra.

Na verdade, esses métodos contradizem-se frequentemente uns aos outros, chegando mesmo alguns a dar datas futuras.

Por exemplo, pedaços de madeira recolhidos de uma rocha perto de Sydney, na Australia, supostamente com uma idade de 230 milhões de anos, deram uma idade de apenas 34,000 utilizando métodos de datação de carbono.

Amostras de rocha recolhidas de lava de uma erupção de há apenas 50 anos, do monte Ngauruhoe, na Nova Zelândia, deram idades de potássio-argon de até 3.5 milhões de anos.
Madeira do chamado período Jurássico, no Reino Unido, datadas de há 190 milhões de anos deram uma idade de 25 000 anos usando datação por carbono.


Rochas com dez anos de idade, recolhidas da lava vulcânica do Monte de Santa Helena, nos Estados Unidos, deram uma idade radiométrica de 350 000 anos.

Em contrapartida, minerais das mesmas amostras deram uma idade de 2,8 milhões de anos.

Diamantes recolhidos nos Estados Unidos, supostamente com 2 biliões de anos deram uma idade de Carbono 14 de 56 000 anos.

Quando o Monte de Santa Helena explodiu, em 12 de Junho de 1980, enterrou muitas campos circundantes sob seis metros de cinza.

Os sedimentos continham formações laminadas que pareciam ter sido depositadas ao longo de milhares de anos.

No Colorado, uma caverna de uma mina foi encontrada com estalactites e estalagmites supostamente com milhares de anos. No entanto, a mina tinha sido abandonada há apenas 20 anos.

Então, que idade devemos escolher?

A verdade é que os cientistas não conseguem medir a idade da Terra.

Eles apenas estão em condições de fazer estimativas baseadas no modo como eles imaginam a formação da Terra.

Essas idades que eles atribuem à Terra estão totalmente dependentes de modelos e de premissas aceites a priori.

Existe muita evidência científica de que Deus criou o Universo e a Vida de forma inteligente e de que o pecado introduziu a morte, a doença, o sofrimento e a corrupção.

Existe muita evidência geológica de que a Terra é recente e que foi sacudida por um dilúvio global, cerca de 1700 anos depois da sua criação, dilúvio esse responsável pelos fósseis que vemos e pelas evidências de catástrofe na geologia.

Existe muita evidência histórica de que Deus escolheu Israel como o povo de onde iria vir o Salvador, bem como de que Jesus Cristo viveu, morreu e ressuscitou conforme as escrituras.

A centralidade da questão de Israel e de Jerusalém ainda nos nossos dias testemunha a relevância da Bíblia tanto para entender as origens como o passado, o presente e o futuro da humanidade.

perspectiva disse...

Estimado MC

Como é que a Terra surgiu? Qual é a sua idade?

Como surgiram a Via Láctea ou sistema solar?

De onde vieram as vacas, os cavalos ou os cães?

Como e quando surgiram determinadas concentrações de isótopos, fósseis ou rochas sedimentares?

Questões como estas estão para além da nossa experiência.

Ninguém observou a criação das espécies, a origem casual da vida ou a transformação de uma espécie noutra totalmente diferente!

Pudemos observar a formação rápida de canyons recentemente, mas nenhum ser humano observou a formação do Grand Canyon.

Não podendo nós observar ou reproduzir estes eventos, só podemos tentar compreendê-los com bases nas nossas visões do mundo ou nas pressuposições que adoptamos.

Podemos utilizar as observações que fazemos no presente para, com base em pressuposições e extrapolações, tentar advinhar o que se passou no passado distante, dessa forma confirmando ou infirmando a nossa visão do mundo.

Mas não dispomos de qualquer evidência directa.

Apenas dispomos de evidência circunstancial.

Mas em última análise estamos a penetrar no desconhecido.

Quando muito, podemos escolher aquelas pressuposições que melhor permitem dar sentido às observações efectuadas no presente, por cientistas do presente.

A ciência da observação e da experimentação existe no presente.

A reconstrução dos eventos inobservados que deram origem ao Universo e à Vida não prescinde de da prévia aceitação de pressuposições sobre um e outra.

Bruce Lóse disse...

Caros meliantes anti-elitistas,

O Prof. Natura, eu próprio e outros intelectuais estamos muito agradecidos ao Sr. Paulu pelo seu lúcido comentário e por nos trazer de bandeja uma virtude que muitos julgavam proscrita, antes na democracia e agora na blogosfera: o respeitinho ao senhor doutor. Ora num país como o nosso, em que qualquer cão ou gato se atreve a pedir contas ao médico por ser um alarve inqualificável, a enxovalhar o penacho ao investigador que faz da caça ao subsídio uma modalidade olímpica, a fazer manguitos ao procurador geral da comarca mais próxima por apascentar toda uma manada de ruminantes do dinheiro público em vez de os prender, enfim, por tudo isto, um sincero agradecimento. O elitismo em Portugal e no mundo, está mais que visto, é um bálsamo de filantropia progressista. Ou, na versão mais pragmática da Palmira,

"Deixem-se governar, porra"

perspectiva disse...

Os participantes neste blogue são especialistas em chamar nomes aos criacionistas.

Eles gostariam que acreditássemos na sua visão do mundo de forma acrítica.

Pois têm um bom método.

Provem aqui que ela é verdadeira.

Provem que o Big Bang realmente ocorreu, que a Terra tem realmente 4,5 biliões de anos, que a vida surgiu por acaso há cerca de 3 biliões de anos atrás e que o ancestral comum realmente existiu.

Tragam para aqui os vossos argumentos que os criacionistas deixaram aqui os seus contra-argumentos.


Enquanto preparam os argumentos, deixo-vos com algumas tentativas falhadas de provar a evolução que tiveram lugar neste e noutros blogues.


Palmira Silva

1) Ao tentar conciliar a lei da entropia com a evolução, e pensando com isso desferir um golpe letal nos criacionistas, defendeu a analogia entre a estrutura ordenada dos cristais de gelo e a informação complexa e especificada do DNA.

Esqueceu-se apenas que se tivéssemos DNA do tamanho de um cubo de gelo de um refrigerante vulgar teríamos aí possivelmente armazenada a informação genética suficiente para especificar cerca de 50 biliões de pessoas, coisa que, nem de perto nem de longe se passa com um cubo de gelo, o qual é sempre um cubo de gelo, pelo menos até se derreter ou, partindo-se, dar origem a dois ou mais cubos de gelo.

O DNA é um sistema optimizado de armazenamento de informação codificadora de estruturas e funções que não são inerentes aos compostos químicos do DNA.

Diferentemente, os cristais de gelo são estruturas arbitrárias sem qualquer informação codificada.

Ou seja, eles não conseguem codificar a sua estrutura e garantir a respectiva reprodução num momento ulterior.

2) Tem criticado os criacionistas por os mesmos terem certezas absolutas.


Para ela, não existem certezas absolutas, o que põe o problema de saber como é que ela pode ter a certeza absoluta de que as suas críticas ao criacionismo estão certas.

Para a Palmira todo o conhecimento começa na incerteza e acaba na incerteza.

As premissas são incertas e as conclusões também.

Mas a Palmira parece ter a certeza de que isso é assim.

Diferentemente, os criacionistas entendem que o conhecimento baseado na revelação de um Deus omnisciente e omnipotente é um excelente ponto de partida e de chegada para o verdadeiro conhecimento.


Para a Bíblia o mundo foi criado por um Deus racional, de forma racional para ser compreendido racionalmente por pessoas racionais.

Os criacionistas propõem modelos científicos falíveis, mas, partindo da revelação de Deus, estão convictos de que existe a possibilidade de certeza no princípio e no fim. Jesus disse: eu sou o Alfa e o Ómega, o princípio e o fim.

3) Criticou a noção de dilúvio global (presente na bíblia e corroborada por relatos semelhantes em praticamente todas as culturas da antiguidade) com a ideia de que a água nunca chegaria a cobrir o Everest, esquecendo que é uma catástrofe das proporções do dilúvio que melhor permite explicar a origem do Everest e o facto de nos seus diferentes estratos e no seu cume se encontrarem fósseis de moluscos.

4) Apelou à introdução de uma suposta “Lei de Darwin”, para tentar “ilegalizar” as críticas a Darwin, esquecendo que as leis naturais descrevem em termos simples e incisivos regularidades observadas empiricamente, sendo em princípio cientificamente falsificáveis.

Pense-se na lei da conservação da massa e da energia, na lei da entropia, na lei da gravidade, etc.

Diferentemente, nunca ninguém observou a vida a surgir por acaso e uma espécie mais complexa a surgir de outra menos complexa.

Se existe uma lei que podemos afirmar é esta: os processos naturais não criam informação codificada.

Esta lei sim, nunca foi empiricamente falsificada.

A mesma corrobora a criação, se pensarmos que o DNA é o sistema mais eficaz de armazenamento de informação.


Ludwig Krippahl

1) Defendeu que a mitose e a meiose são modos de criação naturalística de DNA, quando na verdade apenas se trata de processos de cópia da informação genética pré-existente no DNA quando da divisão das células.

Por sinal, trata-se de uma cópia extremamente rigorosa, equivalente a 282 copistas copiarem sucessivamente toda a Bíblia e enganarem-se apenas numa letra.

De resto, o processo de meiose corrobora a verdade bíblica de que todas as criaturas se reproduzem de acordo com a sua espécies, tal como Génesis 1 ensina.

2) Defendeu a evolução comparando a hereditariedade das moscas (que se reproduzem de acordo com a sua espécie) com a hereditariedade da língua (cuja evolução é totalmente dependente da inteligência e da racionalidade.)


Em ambos os casos não se vê que é que isso possa ter que ver com a hipotética evolução de partículas para pessoas, já que em ambos os casos não se explica a origem de informação genética.

3) Defendeu que todo o conhecimento científico é empírico, embora sem apresentar qualquer experiência científica que lhe permitisse fundamentar essa afirmação.

Assim sendo, tal afirmação não se baseia no conhecimento, segundo os critérios definidos pelo próprio Ludwig, sendo, quando muito, uma profissão de fé.

Na verdade, não existe qualquer experiência ou observação científica que permita explicar a causa do hipotético Big Bang ou demonstrar a origem acidental da vida a partir de químicos inorgânicos.

Ora, fé por fé, os criacionistas já têm a sua fé: na primazia da revelação de Deus.


5) Defendeu a incompetência do designer argumentando com o sistema digestivo das vacas e os seus excrementos.

Esquece porém que esse argumento, levado às últimas consequências, nos obrigaria a comparar o cérebro do Ludwig com o sistema digestivo das vacas e os pensamentos do Ludwig com os excrementos das vacas.

E poderíamos ter dúvidas sobre qual funciona melhor, já que para o Ludwig todos seriam um resultado de processos cegos e destituídos de inteligência.

Apesar de tudo os criacionistas têm uma visão mais benigna do cérebro do Ludwig e dos seus pensamentos.

6) Defendeu que a síntese de betalactamase, uma enzima que ataca a penicilina destruindo o anel de beta-lactam, é uma evidência de evolução.

Nesse caso, o antibiótico deixa de ser funcional, pelo que os microorganismos que sintetizam betalactamase passam a ser resistentes a todos os antibióticos.

A betalactamase é fabricada por um conjunto de genes chamados plasmidos R (resistência) que podem ser transmitidos a outras bactérias.

Em 1982 mais de 90% de todas as infecções clínicas de staphylococcus eram resistentes à penicilina, contra perto de 0% em 1952.

Este aumento de resistência ficou-se a dever, em boa parte, à rápida transferência por conjugação do plasmido da betalactamase.

Como se pode ver, neste exemplo está-se perante síntese de uma enzima de banda larga com perda de especificidade e, consequentemente, com perda de informação.

A rápida obtenção de resistência conseguiu-se por circulação de informação.

Em caso algum estamos perante a criação de informação genética nova, codificadora de novas estruturas e funções.


Paulo Gama Mota

1) Defendeu há alguns meses atrás a teoria da evolução com o argumento de que sem ela não haveria telemóveis! É verdade!

Não se percebe neste argumento o que é que os telemóveis têm que ver com a hipotética criação de informação genética nova através de mutações e selecção natural.

Por outro lado, esquece-se que os telemóveis são o produto de design inteligente, nunca podendo ser utilizados para tentar legitimar a evolução aleatória do que quer que seja, e muito menos de seres cuja complexidade excede largamente a dos telemóveis ou de qualquer outro mecanismo criado pela inteligência humana.

E é com este tipo de argumentos que pensam que vão a algum lado?

João Moedas Duarte disse...

"pedaços de madeira recolhidos de uma rocha perto de Sydney, na Australia, supostamente com uma idade de 230 milhões de anos, deram uma idade de apenas 34,000 utilizando métodos de datação de carbono."

"Diamantes recolhidos nos Estados Unidos, supostamente com 2 biliões de anos deram uma idade de Carbono 14 de 56 000 anos."

Esta frase demonstra que o Perpectiva não percebe nada de datações radiométricas e pior, não quer perceber.

Já lhe foi explicado não sei quantas vezes porque é que a datação por carbono-14 não pode ser utilizada para datar rochas com centenas de milhões de anos. Tem a ver com o seu periodo de semi-vida (de 5730 anos).

O carbono 14 não pode ser utilizado em rochas com mais de 58000 a 62000 anos.

"The precision of a dating method depends in part on the half-life of the radioactive isotope involved. For instance, carbon-14 has a half-life of about 6000 years. After an organism has been dead for 60,000 years, so little carbon-14 is left in it that accurate dating becomes impossible. (wikipédia)"

Diferentes métodos aplicam-se a diferentes fins. Eu não posso medir o tempo com uma régua. Da mesma forma não posso medir rochas com biliões de anos com carbono 14.

Se quiser datar rochas com milhões de anos tem de usar outros métodos como por exemplo o Urânio dos Zircões, Potássio-Árgon ou Rubídio-Estrôncio.

Quem quiser saber mais um pouco e perceber melhor as barbaridades fica aqui um link da wikipédia:

http://en.wikipedia.org/wiki/Radiometric_dating

Anónimo disse...

Perspectiva,

não quero de forma alguma entrar nessa discussão bíblica, ainda mais sabendo por quantas mãos piedosas(!) passaram todos esses escritos ao longo dos séculos.

A "sua" antropogénese e cosmogénese não "bate certo" com todos os dados disponíveis de várias áreas da ciência, da mesma forma que muitas "extrapolações" neodarwinistas também não "batem certo" com as evidências dos factos analisados até hoje.

Dou um exemplo: os dados recolhidos por geólogos, paleontólogos e antropólogos são suficientes para derrubar qualquer "hipótese criacionista" (já para não entrar nas limitações filosóficas e absurdos lógicos de tal posição); a descoberta de vestígios humanos com milhões de anos (como demonstrados por Micheal Cremo) lançam sérios problemas à Teoria Darwiniana (e ainda muito mais ao próprio Criacionismo, se é que era preciso).

O que eu quis dizer nos comentários anteriores é que é opinião consensual por parte de um grande número de cientistas ser necessário rever muitos dos pressupostos (ou especulações) avançadas pela Teoria Darwinista, de forma a encontrarmos um modelo explicativo que responda, DE FACTO, às muitas dúvidas existentes. E isto não é nenhum tipo de anti-intelectualismo em nenhuma parte do mundo!

Por outro lado, parece fazer confusão na cabeça de muitas pessoas como se pode ser Evolucionista (de uma vez por todas, Rita “Robin”, perceba que também para mim a evolução é um FACTO INDESMENTÍVEL!) e não estar de acordo com, só para dar dois exemplos, a macro-evolução descrita pelo Darwinismo, ou com muitas posições anti-lógicas de certo tipo de ciência reducionista e materialista (o que faz com que existam pessoas, como a Rita "Robin", que não queiram considerar a hipótese que possam existir outros níveis estados de matéria/energia, chamem o que quiserem, não percepcionados, POR AGORA).

Ninguém está aqui, por exemplo, a negar a selecção natural. Agora, pode-se é discutir as limitações da selecção natural e o facto de ela não ser satisfatória para responder a várias dúvidas (o surgimento “abrupto” de novas espécies, etc., etc.). Veja-se por exemplo a Teoria Evolucionista de Alfred Wallace (esquecido convenientemente por muitos darwinistas) e que avança com a hipótese de existirem outro tipo de “forças” em acção no processo evolutivo.

Para não me alongar, é aí que eu acho que pode entrar a Teoria do Design Inteligente, como uma teoria/ou uma posição a ter em conta, e sem que a discussão seja dominada por extremistas: isto é, Rita “Robin” e o demais séquito-fanático-cheio-de-teorias-da-conspiração-na-cabeça e os criacionistas-literalistas-dilúvianos-1700 anos-depois-da criação!

Sim Rita “Robin”, já tinha passado uma vista de olhos à crítica (Lying for Jesus) do Sr. Dawkins ao EXPELLED (porque realmente é preciso muita paciência para ler aquele texto de mais de 3000 palavras cheio de linguagem grosseira – e é este senhor quem é!!!). Quanto à análise do outro espectador, é estranho mas é demasiado ao jeito do Sr. Dawkins, não acha? Posso estar enganado, mas… não andará por aí um pseudónimo do senhor “Clinton”?

Quanto à apreciação do filósofo Eduardo Subirats sobre o anti-elitismo, não tenho porque discordar.


JD

Anónimo disse...

Com excepção do comentador João Moedas, ninguém parece ter capacidade intelectual para rebater com argumentos consistentes, sem gritaria nem ofensas, as posições do Doutor Perspectiva.

João Sousa André disse...

Deixem o "perspectiva" em paz com a sua ignorância. Gente que não quer perceber aquilo que lhe é pacientemente explicado não pode ser considerada como intelectualmente honesta. Ainda assim deixo-lhe (ao perspectiva) uma pergunta: já que fala em provas por parte dos cientistas, prove lá o meu amigo que a Terra foi criada de acordo com o que vem no Génesis. Porque se a lógica é dizer que a ciência tem de provar as suas hipóteses e os delírios criacionistas não precisam de o fazer, eu passo desde já a afirmar com toda a força que a criação do planeta surgiu da fábrica do planeta Magrathea tal como descrito no "Hitchhikers Guide to the Galaxy".

Anónimo disse...

Um pequeno mas muito ilucidativo texto de Rupert Sheldrake para a prestigiada EDGE FOUNDATION.


"The skepticism of believers

I used to think of skepticism as a primary intellectual virtue, whose goal was truth. I have changed my mind. I now see it as a weapon.

Creationists opened my eyes. They use the techniques of critical thinking to expose weaknesses in the evidence for natural selection, gaps in the fossil record and problems with evolutionary theory. Is this because they are seeking truth? No. They believe they already know the truth. Skepticism is a weapon to defend their beliefs by attacking their opponents.

(...)

Skepticism has even deeper roots in religion than in science. The Old Testament prophets were withering in their scorn for the rival religions of the Holy Land. Psalm 115 mocks those who make idols of silver and gold: "They have mouths, and speak not: eyes have they, and see not." At the Reformation, the Protestants deployed the full force of biblical scholarship and critical thinking against the veneration of relics, cults of saints and other "superstitions" of the Catholic Church. Atheists take religious skepticism to its ultimate limits; but they are defending another faith, a faith in science.

In practice, the goal of skepticism is not the discovery of truth, but the exposure of other people's errors. It plays a useful role in science, religion, scholarship, and common sense. But we need to remember that it is a weapon serving belief or self-interest; we need to be skeptical of skeptics. The more militant the skeptic, the stronger the belief."


Para ler o texto completo, visitar:
http://www.edge.org/q2008/q08_11.html#sheldrake


JD

JSA disse...

António Parente: já se sabe há muito tempo que se poderia provar tudo e mais alguma coisa do perpectiva que ele se manteria teimosa e autisticamente na sua.

Mas se quer que se apontem disparates, aqui vão: para lá da questão que o João Moedas referiu correctamente, vamos a outros pormenores.

O Perspectiva fala em datar madeiras com milhões de anos. Ora, a parvoíce começa logo em se pensar que a madeira poderia ter milhões de anos e manter-se "madeira". Mesmo que não existissem milhões de anos para o carbono 14 decair, certamente que existem milhares de anos para microorganismos decomporem a madeira. Esperar que datações de madeira possam dar mais que um par de milhares de anos é ridículo. Precisaria de ter sido conservada em condições muito específicas para que tal fosse possível. Não creio que haja criacionista a rebater este ponto. Só aqui já se vê a honestidade intelectual do Perspectiva.

«Amostras de rocha recolhidas de lava de uma erupção de há apenas 50 anos, do monte Ngauruhoe, na Nova Zelândia, deram idades de potássio-argon de até 3.5 milhões de anos» - basta que se tenham recolhido amostras de rocha ja presentes no local aquando da erupção.

«Diamantes recolhidos nos Estados Unidos, supostamente com 2 biliões de anos deram uma idade de Carbono 14 de 56 000 anos» - a que propósito teriam os diamantes 2 milhões de anos de idade? Só porque as rochas no terreno teriam essa idade? Se conhecesse o mecanismo de formação de diamantes e a sua pojecção para a crosta terrestre não diria estas barbaridades.

«Quando o Monte de Santa Helena explodiu, em 12 de Junho de 1980, enterrou muitas campos circundantes sob seis metros de cinza.
Os sedimentos continham formações laminadas que pareciam ter sido depositadas ao longo de milhares de anos.» - Esta é difícil de referir, de tão parva. Fantástico, há alguns processos rápidos, cujo mecanismo por acaso até é perfeitamente compreendido, que se assemelham a outros que demoram milhões de anos. Brilhante, arrumou com toda a ciência de história da humanidade...

«No Colorado, uma caverna de uma mina foi encontrada com estalactites e estalagmites supostamente com milhares de anos. No entanto, a mina tinha sido abandonada há apenas 20 anos» - pois.... o facto de ser uma caverna de uma mina não parece ser muito importante. Melhor, o termo "caverna de mina" é hilariante. Poder-se-ão fazer minas em cavernas, já o contrário... Pena que não diga se alguém verificou que as estalacites e estalagmites já lá estariam antes ou não. Além disso, estalactites e estalagmites podem formar-se em apenas alguns anos. Isso não costuma ocorrer em cavernas, mas numa que foi usada como mina, com todas as infiltrações daí provavelmente decorrentes....

Nenhum cientista tinha alguma vez previsto uma idade da Terra de 4,5 milhões de anos. Aliás, quando esse valor surgiu pela primeira vez, os cientistas não queriam acreditar: não estavam preparados para tanto tempo.

Todas as balelas do perspectiva demonstram por um lado desconhecimento de ciência e, por outro, absoluta desonestidade (dava jeito que se desse ao trabalho de fazer citações que não fossem parar a algum site criacionista). Querer discutir com ele é perda de tempo (diga-me se também decide discutir com uma criança quando ela lhe disser que comer vinte big macs e trinta gelados por dia não lhe faz mal nenhum). Estas refutações surgem apenas para si, que até é sério (mesmo que muito teimoso, espero que não mo leve a mal). Com o perspectiva não dá.

JSA disse...

Já agora, eu sou também o jmsandre. Apenas me enganei e usei uma outra conta para o primeiro comentário

Anónimo disse...

Caro perpectiva:

Vejo que continua em forma, a regougar aldrabices que leu, à pressa, e traduziu, ainda pior, da Internet, bem como os textos criacionistas do costume. Já devia perceber que há geólogos aqui e que as mentirinhas que servem para o comum dos mortais não servem neste local, mas o senhor insiste... Quer que lhe explique, pela enésima vez, o porquê da mentira sobre as "estalactites" da mina (agora promovida por si a gruta...!) e o que levou à sua formação?

Tenha vergonha, juizo e não desprestigie mais ainda a instituição que lhe paga o salário.

Anónimo disse...

Correcção: para além do João Moedas também o jmsandre consegue apresentar argumentos válidos, do ponto de vista intelectual, em relação ao que é afirmado pelo Doutor Perspectiva.

Luis Correia disse...

Recomendo o visionamento desta série de vídeos sobre a história do universo e da terra, sobre a origem e evolução da vida e em particular a evolução do Homem, de acordo com o conhecimento científico mais actual.
Neles são explicados estes temas de forma resumida e fácil de entender e também se refutam alguns dos "argumentos" criacionistas mais comuns.
Os diversos métodos de datação já aqui referidos por alguns comentadores também são abordados.

http://www.youtube.com/profile_videos?user=potholer54

E para finalizar:

"Muitas pessoas acreditam que a Terra tem 6 mil anos.
Algumas afirmam isso com tanta convicção que quase ficamos convencidos de que assistiram ao seu surgimento há 6 milhares de anos atrás."

Anónimo disse...

Doutor Perspectiva

Lamento muito mas parece-me que está a levar uma sova intelectual dos nossos intelectuais evolucionistas.

Anónimo disse...

Doutor Perspectiva

Lamento muito mas parece-me que está a levar uma sova intelectual dos nossos intelectuais evolucionistas.

JSA disse...

Caro Luís Correia:

esta citação, «"Muitas pessoas acreditam que a Terra tem 6 mil anos.
Algumas afirmam isso com tanta convicção que quase ficamos convencidos de que assistiram ao seu surgimento há 6 milhares de anos atrás."» é precisamente o tipo de crítica que os criacionistas fazem sobre a idade da Terra ser de 4,5 bilhões de anos.

Luis Correia disse...

Caro jsa,

Eu sei isso. O que eu fiz foi pegar nas palavras do comentador "perspectiva" e trocar apenas o número de anos da idade da Terra para mostrar o quanto este argumento é falacioso e além disso pode ser usado da mesma forma contra os criacionistas.

Cumprimentos

João Moedas Duarte disse...

O problema é que os cricionista acreditam que a Terra tem 6000 anos e não estão dipostos a abandonar a ideia porque isso vai contra a sua crença.

Por outro lado se surgirem boas evidências de que a Terra tem 4,6 mil milhões* de anos em vez de 4,5, e se isso for comprovado por diferentes métodos aceites pela comunidade científica, os cientistas estão dispostos a actualizar os seus conhecimentos e a aceitarem o novo modelo.

É assim que a ciencia funciona e não temos de ter vergonha nenhuma em dizer que estávamos errados.

Também já se pensou que a Terra era plana. Depois descobriu-se que era uma esfera e hoje sabe-se que não é bem uma esfera (é um pouco achatada).


Nota: Em Portugal um bilião é igual a um milhão de milhões: 1 000 000 000 000 (12 zeros), ou 10^12.

Em Inglês um bilião (one billion) é igual a um milhar de milhões: 1 000 000 000 (9 zeros), ou 10^9.

É portanto incorrecto traduzir-se billion (em Inglês) para bilião (em português de Portugal).

A tradução correcta de one billion deve ser um milhar de milhões ou mil milhões

Atenção que no Brasil "one billion"
significa um milhar de milhões (10^9) e escreve-se simplesmente
um bilhão.

JSA disse...

Só para resumir isto tudo: é verdade que a ciência e as teorias sobre o surgimento da Terra, o seu desenvolvimento e a evolução dos seus seres vivos é falível. Claro que o é. Tem que ser! Estamos a tentar ver o passado com dados do presente. O que acontece com tudo isto é que as teorias são auto-consistentes. Isso significa que certas disciplinas científicas fazem descobertas que interpretam com determinado facto no passado, o qual acaba por ser confimrado por outras disciplinas científicas.

A antiguidade da Terra é facilmente comprovada pelo tempo que é necessário para a evolução dos organismos complexos, pelos processos de deriva de continentes (confirmados por geologia, geofísica, paleontologia e biologia, já agora), orografia terrestre, física nuclear, glaciologia, oceanografia, etc. Não é uma teoria existente num campo da ciência sem que possa ser comprovada por outros. É consistente e concreta. As falhas são inevitáveis devido a ser recente e à falta de dados em diversas disciplinas científicas (a falta de fósseis é um exemplo), a qual não pode ser assacada às teorias, apenas à raridade desses dados.

O único argumento que poderá deitar abaixo, de um ponto de vista unica e simplesmente retórico, estas teorias, é a argumentação que Deus, a existir, deseja que estes dados saiam errados para que a idade da Terra jovem seja aceite apenas com base em Fé e não em dados científicos. Nesta argumentação, os desígnios divinos são óbvia e convenientemente insondáveis, pelo que apenas Deus sabe porque razão assim procede. Contra esta argumentação, obviamente que não pode haver discussão.

Claro que, mesmo assim, se pode ignorar o ponto de vista. De um ponto de vista filosófico, essa argumentação tem tanto peso como a história de Douglas Adams, mas enfrenta a oposição de falta de credibilidade.

JSA disse...

Boa chamada de atenção João Moedas, esqueço-me sempre disso, já que trato sempre com literatura em inglês (ou noutras línguas, mas essas usam outras variações).

João Moedas Duarte disse...

Gostei partcularmente de video:

http://www.youtube.com/watch?v=w5369-OobM4

Explica bem como funcionam os métodos de datação.

Explica por exemplo porque é que o carbono 14 não pode ser utilizado na datação de diamantes mas apenas em matéria orgânica.

Anónimo disse...

Parabéns à Palmira pelo notável trabalho que desenvolve aqui no Rerum Natura.
J. Vaz

Rui leprechaun disse...

Excelente JD!!!

Ainda anteontem eu citava igualmente Rupert Sheldrake para falar da sua teoria dos campos mórficos e das experiências com ratos que a podem sustentar. Mas claro que deixei as telepatias de parte, não convém empaturrar demasiado os cépticos, há que deixá-los apreender aos poucos a realidade dos factos.

Um dos problemas que pode também explicar esta incompreensível falta de abertura, que caracteriza a indisfarçável rigidez mental e o consequente medo de estarmos errados, é o facto do naturalismo metodológicos da ciência de há muito se ter já convertido em naturalismo metafísico, na prática.

Esta é, sem dúvida, uma crítica justíssima e certeira por parte daqueles que abraçam um pensamento religioso ou espiritual que a ciência abertamente rejeita. Mas se tal cepticismo e preconceito se limitasse unicamente à defesa contra esses "demónios", não existiria grande mal. O problema deveras grave é quando essa simples ignorância se vira contra o próprio progresso e avanço da ciência, impondo-lhe um travão que a impede de progredir tão rápido quando poderia.

Os exemplos da rigidez mental do status quo corporativista de uma certa ciência ainda muito míope são incontáveis, basta só recordar como foi recebida a princípio a Teoria da Relatividade, por exemplo. É muito fácil falar de espírito crítico e de como a ciência reconhece as suas próprias falhas e limitações, etc., mas fazê-lo concretamente na prática já é outra história bem diferente.

Este espaço do Rerum Natura até deve ser louvado pela ampla divulgação que faz da ciência e ainda, em menor escala, do pensamento filosófico. Mas a obsessão por alguns ódios de estimação... tipo pós-modernismo, religião e terapias alternativas, por exemplo... já faz pender a balança para um lado claramente mais emotivo, menos argumentativo e patentemente desiquilibrado e não isento.

Mas sendo o óptimo inimigo do bom, há que aceitar alguma mediocridade aqui e ali.

Por fim, Sheldrake é sem dúvida excelente, mas talvez o seu trabalho pioneiro demore tempo até ser reconhecido. Pessoalmente, os seus estudos sobre a mente e o que isso pode representar também como contribuição para a Mind-Body Medicine são o que mais me fascina, mas deveras todo o material disponível no site é fantástico.

Claro que não é mencionado nos currículos universitários cá do burgo, tanto quanto sei, mas não me canso de o publicitar a estudantes de biologia, psicologia e medicina que conheço, através das traduções e revisões de papers e monografias que faço no meio universitário.

Por fim, ainda uma citação do site do biólogo britânico, na senda também do que Lovelock afirmou da Terra e Goswami ou Alan Wolf pensam igualmente do universo manifesto.

Rupert Sheldrake (...) suggests that from this perspective all of creation may be viewed as a living organism. This ancient concept, he says, challenges the notion of the universe as a mechanism with God as the great mechanic.

carolus augustus lusitanus disse...

E já que se fala de elites por aqui, fica não a (re)definição - quem a quiser conhecer, poderá facilmente encontrá-la - no dealbar do novo paradigma, mas apenas uma chamada de atenção para aquilo que poderá (vir a) ser a verdadeira elite intelectual no/do mundo moderno (e pós-moderno).

[...]
O que entendemos por elite intelectual não tem nada em comum com aquilo que, no Ocidente actual, é por vezes conhecido por essa designação. Os sábios e filósofos mais eminentes nas suas especializações podem não ser, de todo, qualificados para fazer parte dessa elite; há mesmo grandes probabilidades de o não serem devido às atitudes mentais que adquiriram, aos inseparáveis e múltiplos preconceitos e, sobretudo, devido à «miopia intelectual» que é a consequência mais comum; certamente que pode haver sempre honrosas exceções, mas não se deve contar muito com isso.

(René Guénon, Orient et Occident, Éditions Véga, Paris, 2006)

A panaceia da educação ou uma jornada em loop?

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